La Plata é a capital da província de Buenos Aires e seu principal centro econômico, político, administrativo e educativo. Hoje, é um dos destinos mais procurados por brasileiros que cruzam a fronteira para estudar Medicina na Argentina. A Universidade Nacional de La Plata (UNLP) é, de acordo com o QS World University Rankings, a segunda melhor instituição pública de ensino superior da Argentina. Foi lá que se formaram personalidades notáveis, como os ex-presidentes Raúl Alfonsín, Néstor Kirchner e Cristina Kirchner, e a Vive en Buenos Aires pode te ajudar a fazer desta a sua realidade também.
Fundada por Joaquín Víctor González em 1905, a Universidade Nacional de La Plata (UNLP) nasceu do conceito de conhecimento científico de base experimental, social e artístico. Com mais de um século de trajetória, segue pioneira em estudos avançados e desenvolvimentos culturais. A oferta acadêmica da UNLP inclui 104 carreiras de graduação, 146 títulos e 134 pós-graduação – das quais, mais da metade são categorizadas pela Comissão Nacional de Avaliação e Acreditação Universitária (CONEAU).
Os motivos que levam os brasileiros a optarem pela UNLP para estudar Medicina na Argentina são variados. O bauruense Gabriel Rodrigues foi para a Argentina em 2018 com planos de estudar na Universidade de Buenos Aires (UBA). “Eu contratei a Vive en Buenos Aires para me ajudar a estudar na UBA, mas depois achei alto o custo de vida em Buenos Aires e comecei a pensar em escolher outra universidade”.
Como La Plata está a 60 quilômetros de Buenos Aires, a UNLP se tornou, automaticamente, a segunda opção para Gabriel. Depois de pesquisar sobre a instituição, ouvir relatos de outros brasileiros que optaram pela UNLP, ele decidiu ir conhecer a cidade e a universidade. “Quando cheguei lá, me apaixonei. A cidade é mais tranquila, a universidade é menor, com mais acesso aos professores, ingresso mais fácil. Em Buenos Aires, me sentia um turista. Em La Plata, me senti em casa.”
Ana Beatriz Costa já estava habituada com a vida em Buenos Aires, já que se mudou para a cidade um ano antes do ingresso no curso de Medicina. “Eu não tinha domínio do espanhol, por isso fiquei um ano apenas estudando o idioma antes de entrar para a universidade. Depois, fiz todo o processo de ingresso na UBA, mas fiquei frustrada porque reprovei em química, uma das seis matérias do Ciclo Básico Comum. Eu teria que repetir por mais seis meses”.
A pressa em começar logo na Medicina levou a brasileira a buscar alternativas. “O ingresso na Universidade de La Plata leva apenas seis semanas e ainda tem a vantagem de não ter química entre as matérias. As matérias na UNLP já são mais específicas de saúde.”
Além de ter o processo de ingresso mais curto em relação à Universidade de Buenos Aires e mais focado em disciplinas de saúde, os brasileiros encontram inúmeras outras vantagens ao escolher a UNLP. “Buenos Aires oferece um mundo de oportunidades, networking, riqueza cultural, mas La Plata oferece qualidade de vida. Por ser uma cidade menor, é mais acolhedora, tudo é mais próximo, sem trânsito, famílias nas praças, crianças”, compara Ana Beatriz.
Como já mencionado, o custo de vida é outra grande vantagem de La Plata em relação a Buenos Aires. Para Ana Beatriz, a mudança de cidade significou a inclusão de alguns luxos no orçamento. “Em Buenos Aires, os recursos que a família me mandava eram justos para as despesas básicas. Com o mesmo valor, em La Plata eu passei a conseguir guardar um pouco, sair aos fins de semana, ter mais qualidade de vida”.
A inscrição dos estudantes na UNLP é feita em duas etapas, entre os meses de outubro e dezembro. A primeira etapa é online e a segunda é a apresentação de documentos, dentre os quais, exige-se o certificado de proficiência em espanhol. Na UNLP, é obrigatória a apresentação do Siele Global com pontuação mínima de 700 pontos. O Siele (Serviço Internacional de Avaliação da Língua Espanhola) é o exame on-line mais completo para certificar o nível de espanhol e a Vive en Buenos Aires é a única empresa de assessoria credenciada como centro do Siele. Isso significa que o aluno pode realizar o exame na sede da Vive en Buenos Aires em Londrina/PR.
Em fevereiro, tem início o curso preparatório com a duração de um mês, realizado na própria universidade. Durante esse período de curso preparatório, o aluno estuda duas matérias: Introdução à Vida Acadêmica e Introdução à Vida Universitária . Ao final do curso, o aluno realiza um exame que não é eliminatório. Basta que o aluno tenha mais de 80% de presença no curso para ser aceito. Em abril, ele começa na carreira escolhida.
Na UNLP, o ensino mistura a metodologia tradicional com a Problem Based Learning (PBL). O tradicional é o método mais aplicado no Brasil, no qual o professor tem um plano de estudos e explica um assunto a cada aula, depois cobrando esses conhecimentos em provas e trabalhos. Já no PBL, original da Europa, o professor indica o conteúdo que deve ser estudado e o aluno vai buscar esse conhecimento de forma autônoma. Depois, na aula, o professor apenas sana as dúvidas e testa se o aluno aprendeu.
“Com esse método, o aluno tem mais liberdade e mais responsabilidade. Temos a obrigação de chegar para a aula com o assunto já estudado. A gente acaba estudando mais em casa e a carga horária de aulas não é exaustiva. Metade da carga horária é opcional. Se eu conseguir aprender sozinha determinado assunto, posso dispensar a aula opcional”, explica Ana Beatriz.
Gabriel conta que se acostumou logo com o método de ensino diferente. Como já tinha uma graduação em Educação Física, feita no Brasil, a comparação entre os dois tipos de formação é inevitável. “No Brasil, o professor mastiga todo o conteúdo para ajudar o aluno a absorver o conhecimento. Aqui na Argentina, o professor apenas dá um norte sobre o conteúdo e depois cobra aquele conhecimento em aulas práticas. Ou você estuda por conta própria para conseguir aplicar na prática, ou fica totalmente perdido”.
Isso explica porque muitos afirmam que entrar numa universidade de Medicina na Argentina é bastante fácil, mas só quem se dedica de fato consegue sair dela com o diploma nas mãos. Gabriel considera o sistema de avaliação bastante rígido. “Tem provas parciais teóricas e orais, que podem ser bimestrais ou quadrimestrais, dependendo da disciplina, e depois tem as provas gerais. Se reprovar em uma matéria, você não avança para o próximo ano, fica retido.”