Estudar Medicina no Brasil é um projeto de vida para poucos. Quem sonha em ser médico por aqui precisa passar por um funil quase fechado: segundo dados do MEC, todos os anos cerca de um milhão de candidatos se inscrevem para vestibulares do curso, que tem hoje apenas 35 mil vagas. Quem opta por uma universidade particular, enfrenta ainda o obstáculo financeiro: mensalidades entre R$ 6 mil e R$ 12 mil. Esse cenário explica o alto índice de brasileiros que buscam a graduação de Medicina em países vizinhos. Mas qual deles oferece a melhor opção?
Os países mais procurados por brasileiros que sonham estudar Medicina são Bolívia, Paraguai e Argentina. Números do Ministério das Relações Exteriores divulgados em 2019 mostram que as faculdades de Medicina desses três países somam cerca de 65 mil brasileiros. Em geral, as universidades desses países têm ingresso facilitado (sem vestibular) e custos significativamente menores, ou seja, justamente os fatores que mais dificultam o acesso às instituições brasileiras.
Outros países sul-americanos também aceitam brasileiros em suas universidades, mas, por motivos diversos, não se mostram tão viáveis. O Uruguai, por exemplo, tem ensino de alta qualidade – os diplomas uruguaios têm um dos maiores índices de aprovação no Revalida –, não faz vestibular, mas exige que o estrangeiro comprove residência no país superior a três anos antes da matrícula.
As universidades do Chile realizam um exame similar ao vestibular brasileiro e têm mensalidades elevadas. As instituições da Venezuela têm taxas acessíveis, mas a insegurança, as tensões políticas e a hiperinflação assustam qualquer brasileiro.
Vamos, então, detalhar um pouco os três países que, tradicionalmente, mais recebem brasileiros interessados em estudar Medicina:
O Paraguai tem sido o destino de muitos brasileiros que sonham com a Medicina e não conseguem vencer a altíssima concorrência dos vestibulares. Se no Brasil, uma mensalidade não custa menos que R$ 5 mil, para estudar Medicina no Paraguai, esse valor seria mais que suficiente para pagar a faculdade, o aluguel, a alimentação e outros gastos do dia-a-dia.
Os custos iniciais da graduação giram em torno de R$ 900 e o curso tem duração de seis anos. No Paraguai não é necessária a realização de nenhuma prova. Apenas a documentação exigida e a comprovação de situação regular no país são suficientes para o ingresso no ensino superior. As vagas, no entanto, não são ilimitadas. Garante a vaga quem se matricula primeiro. Algumas universidades exigem que o aluno passe por um curso de nivelação.
No entanto, a grande procura dos brasileiros fez surgir um grave problema para quem pretende estudar Medicina no Paraguai: um desonesto comércio educacional. Várias faculdades irregulares, funcionando sem permissão do Ministério da Educação paraguaio, sem estrutura adequada se tornaram verdadeiras armadilhas para brasileiros que decidem estudar Medicina naquele país.
Outro fator sugere desvantagem para médicos formados no Paraguai: os diplomas expedidos pelo país têm um dos mais baixos índices de aprovação no Revalida. Em geral, a média de aprovação dos diplomas paraguaios no exame não passa de 30%, o que pode indicar pouca qualidade das faculdades de Medicina paraguaias.
Os cursos de Medicina da Bolívia atraem muitos brasileiros pela grande oferta de vagas. Soma-se a isso o custo de vida, em geral, mais baixo que o brasileiro. Também não é necessário prestar vestibular para ingressar nas universidades públicas e as particulares são livres para aplicar ou não o exame. As mensalidades cobradas pelas universidades privadas são bastante acessíveis, em torno de R$ 800 a R$ 1000.
Os trâmites burocráticos para estudar Medicina na Bolívia são considerados mais simples que em outros países. Do estudante estrangeiro, exige-se apenas documentos pessoais e comprovante da formação secundária. A obtenção do visto de residência é rápida e fácil.
Por outro lado, os diplomas de origem boliviana historicamente também têm um dos mais baixos índices de aprovação no Revalida. Nas últimas edições, o índice de aprovação de diplomas bolivianos ficou em torno de 30%, o que, assim como no Paraguai, denota baixa qualidade do ensino.
Outro país que se tornou referência para quem quer estudar Medicina na América do Sul é a Argentina. Além de ter um dos melhores níveis de qualidade de vida da América do Sul, os hermanos também têm algumas das melhores universidades do mundo. Aliado a isso, o ensino superior é ilimitado e gratuito e as mensalidades nas faculdades privadas são tão acessíveis quanto no Paraguai e na Bolívia.
Assim como nos outros países que tanto atraem brasileiros interessados em estudar Medicina, na Argentina não há vestibular, mas os trâmites são considerados mais burocráticos em comparação com Paraguai e Bolívia. É necessário, por exemplo, apresentar certificado de proficiência em espanhol, o que é dispensado nos outros países.
A burocracia inicial, no entanto, se torna apenas um detalhe irrelevante diante da reconhecida qualidade do ensino argentino. Não à toa, os diplomas expedidos pela Argentina têm um índice de aprovação na casa dos 60% no Revalida e os médicos formados lá são muito bem vistos no Brasil. Além disso, é para cuidar da parte burocrática que estamos aqui. A Vive em Buenos Aires nasceu para facilitar o caminho dos brasileiros até uma formação acessível e de qualidade.
Há muitas opções para quem quer estudar Medicina fora do Brasil, mas na hora de escolher o destino, é preciso levar em consideração uma série de fatores e colocar na balança o que mais importa. A Argentina, sem dúvida, oferece a melhor relação custo-benefício para os brasileiros que querem estudar Medicina. Se esta for sua opção, fale com a gente!