Ensino Híbrido é possível?
Pegando carona no carnaval do ano passado, a pandemia do coronavírus chegou colocando nossa vida de ponta cabeça e mudando tudo em nosso dia a dia.
Mais precisamente no dia 26 de fevereiro, o primeiro caso de covid-19 foi detectado no Brasil e no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou se tratar de uma pandemia. A partir daí, o mundo iniciou uma série de restrições para conter o avanço do coronavírus.
Aliás, termos como Sars-CoV-2, coronavírus, lockdown, pandemia, quarentena, distanciamento social, imunidade de rebanho, segunda onda, variantes e achatamento da curva, chegaram ganhando lugar cativo no nosso vocabulário e passaram a fazer parte de praticamente qualquer diálogo.
Todo o caos provocado pela doença afetou seriamente o nosso modo de vida, como nunca visto antes. Mudou desde a forma de nos cumprimentarmos, ao jeito que trabalhamos. Até mesmo os funerais passaram por adaptações. Tivemos de nos acostumar ao isolamento social trazendo o mundo para dentro da nossa casa: A mesa de jantar virou escritório, salão de festa, sala de reuniões, sala de aula…Os professores, chefes, colegas de trabalho e de classe deixaram de ocupar a mesa ou a sala ao lado e passaram a estar do outro lado da tela do tablet, celular, tv e do computador.
Do dia pra noite transformamos nosso modo de viver, de trabalhar, de socializar e o mundo digital passou a ser o único modo de mantermos as relações com o mundo exterior, seja para nos informar, fazer compras, trabalhar ou estudar. As telas dos aparelhos eletrônicos passaram a ser nossa janela para o mundo e o único meio de continuarmos com as nossas atividades.
Inúmeros futuristas internacionais afirmam que o coronavírus funcionou como um “acelerador de futuros”. A pandemia adiantou mudanças em nosso estilo de vida que já estavam em curso, como o home office, o ensino híbrido, o mercado digital, entre outros.
Encarando esse cenário, as instituições educacionais tiveram de repensar o modus operandi. O meio digital usado antes apenas como apoio, complemento ao ensino tradicional presencial, passou a ser o único meio possível de se manter as aulas e os cursos em andamento.
Do ensino infantil a universidade, o desafio foi grande: Como manter as aulas o com o mínimo de prejuízo possível ao conteúdo e aos estudantes? Como manter a qualidade das matérias a distância? Os alunos se adaptariam rapidamente a essa nova realidade?
Várias possibilidades foram surgindo e a que mais obteve sucesso, principalmente nas universidades, tendo excelente aceitação dos estudantes, foi o modelo de ensino híbrido. Mas será que esse modelo chegou para ficar nas faculdades? Cursos tradicionais, como o de medicina, tem espaço para esse novo tipo de ensino?
As instituições de ensino ficaram vazias de um dia para o outro com o início da pandemia em março do ano passado. Essa situação colocou em evidência um dos aspectos muito importantes na educação: a tecnologia. Com professores e alunos em casa, os meios tecnológicos se tornaram essenciais para que as aulas não parassem.
A metodologia do ensino híbrido, utilizando a internet como um dos meios de comunicação, foi uma das recomendações do último ano para lidar com o isolamento social e se tornou uma tendência para 2021.
O Ensino a Distância (EAD) já era muito conhecido por todos e no caso do ensino superior vinha ganhando adeptos nos últimos anos: Em 2009, apenas 16% dos novos estudantes no Brasil escolheram cursos de educação a distância. Esse número foi crescendo exponencialmente ao longo dos anos, e uma década depois, quase 45% das pessoas iniciaram a graduação optando pelo EAD.
Ensino a distância é, basicamente, é uma modalidade de ensino em que professores e alunos não precisam estar fisicamente no mesmo ambiente e ao mesmo tempo para que a aprendizagem ocorra. Eles interagem entre si num ambiente virtual (conhecido como AVA) sem a necessidade de um ambiente físico para ocorrer o processo de aprender. Ou seja, em vez de todos se encontrarem em uma sala de aula, com dia e hora marcados, cada um estuda em um horário diferente e onde quiser (em casa, no parque, na biblioteca, no trabalho).
Já o ensino remoto, consiste em aulas virtuais em tempo real, que acontecem no mesmo horário que se realizariam as aulas presencias, inclusive com o mesmo conteúdo programado. Zoom, Skype e Google Classroom são as ferramentas mais comuns utilizadas por quem adota essa estratégia de ensino. Assim como o ensino a distância, o ensino remoto ganhou espaço e destaque durante a pandemia por conta das medidas de isolamento e distanciamento social, sendo um dos meios encontrados pelas escolas e universidades, para manterem suas atividades.
Mas e o ensino híbrido? Por definição, híbrido é aquilo que é composto de elementos diferentes. Este modelo de ensino se dá, quando junta-se elementos do ensino a distância com períodos presenciais. Por exemplo: a educação híbrida tem a vivência presencial nas instituições de ensino e também conta com atividades que se darão fora desse ambiente, como participação em fóruns de discussão on-line, conteúdos disponibilizados no AVA, etc.
Para que o ensino híbrido aconteça é necessário, além da estrutura habitual para o ensino presencial, elaborar condições tanto em nível de gestão quanto de oferta de conteúdo e aprendizagem, visando disponibilizar recursos materiais como acesso à internet e equipamentos digitais tanto para as instituições de ensino quanto para os estudantes. É necessário, também, existir suporte tecnológico e pedagógico permanentes.
Utilizar tecnologias no ensino gera mudanças significativas, no espaço e tempo em que alunos e professores atuam, tornando mais dinâmica a aprendizagem e a organização dos processos de ensino. Além de potencializar os processos pedagógicos por meio da utilização de diversas linguagens (áudio, vídeo, realidade virtual, etc).
Um dos exemplos mais comuns de ensino híbrido é o semipresencial, onde o aluno conta com diversos materiais para acessar no ambiente virtual, como livros e aulas. E também possui aulas presenciais, com os professores, principalmente para esclarecimento de dúvidas.
Esse modelo já era amplamente utilizado por universidades, tanto na graduação quanto na pós-graduação e especializações, mesmo antes da pandemia e ganhou força após as instituições serem obrigadas a procurar alternativas ao ensino tradicional.
Pensando-se na natureza prática do curso de medicina e das competências a serem adquiridas pelos alunos, torna-se inviável pensar em um ensino exclusivamente a distância. Além disso, os alunos encaram os meios tecnológicos como um complemento e não substitutos em definitivo do ensino presencial.
O ensino híbrido, mesmo ainda com muitos questionamentos, vem ganhando importância na faculdade de medicina, mas ainda não se chegou a um consenso da melhor forma de incorporá-lo ao curso. Introduzir atividades à distância no ensino médico pode ser adequado em muitas situações, como quando o aluno está fora do campus da universidade e para as disciplinas do ciclo básico, integrando teoria e prática.
Além disso, o ensino de disciplinas como Anatomia e Histologia podem beneficiar-se com a implantação de tecnologias. Considerando-se as dificuldades, tanto a de encontrar material “in vivo” para a realização prática dessas matérias, quanto a de realizar treinamento em procedimentos clínicos (como exame físico) por conta do grande volume de alunos.
Nesse contexto, ferramentas digitais podem ser muito úteis, pois nem sempre o cenário prático para ensino do raciocínio clínico está disponível no momento em que se faz necessário, além da necessidade do professor manter contato frequente com vários pequenos grupos de alunos. Tais ferramentas podem ser utilizadas para oferecer o conteúdo a ser estudado e também promover a comunicação entre alunos e professores nos horários e lugares mais convenientes para cada um, ou seja, permitindo estudos independentes e comunicação simultânea.
São muitas abordagens possíveis quando se fala de ensino híbrido na faculdade de medicina: Pode-se integrar atividades presenciais (aulas expositivas, atividades práticas, discussões em grupo) com várias outras desenvolvidas online (disponibilização de conteúdo, apresentação em videoconferência, animações e simulações). Esse método permite, inclusive, lidar com a diversidade de alunos, respeitando suas prioridades e estilo e tempo de aprendizagem, por exemplo.
Mesmo com a pandemia e o isolamento social, a resolução do Ministério da Educação nunca permitiu que as aulas práticas da área médica fossem dadas de forma digital. Pode concluir-se então, que o modelo mais viável quando se trata do curso de medicina, seria o ensino híbrido. Inclusive havendo grande aceitação por parte dos alunos em relação às aulas teóricas realizadas on-line, com muitos preferindo esse modelo de ensino a distância.
A medicina é uma das profissões mais antigas que existem, tendo relatos de que o primeiro médico surgiu há mais de 2500 anos a.C. Porém a institucionalização o ensino só se deu em 1075, graças a Constantino, o Africano. A partir daí a escola estabeleceu um currículo regular e passou a receber auxílio financeiro dos governantes.
Durante a era medieval, nas primeiras escolas de medicina, o ensino médico consistia basicamente no estudo e recitação dos textos hipocráticos e galênicos, não necessariamente associados ao ensino prático supervisionado da profissão.
Com a evolução do estudo da anatomia e posteriormente com o desenvolvimento da anatomia patológica, da microbiologia e da fisiologia, o estudo da medicina se modificou para incorporar também os conhecimentos vindos destas áreas básicas, a fim de embasar a prática desta nascente medicina científica. Tais modificações no cenário médico e científico levaram a uma radical mudança curricular, quando passaram a exigir uma sólida formação científica pré-médica e a introdução curricular das citadas cadeiras básicas, acompanhadas de laboratórios e de professores que se dedicavam ao ensino e à pesquisa, paralelamente.
As cadeiras clínicas, agora tendo por base cerca de dois anos de dedicação integral às disciplinas básicas, introduziriam os alunos ao cuidado dos pacientes dentro de hospitais universitários, com experientes médicos de reconhecida habilidade clínica e didática liderando os alunos. A formação clínica seria então inteiramente baseada na observação dos doentes e na abordagem dos problemas clínicos presentes nestes mesmos pacientes.
O ideal de educação médica antecedida de formação científica pré-médica, onde o ensino básico estava a cargo de investigadores e ocorria em laboratórios especializados e cuja formação clínica acontecia em hospitais universitários por professores do mais alto gabarito clínico ocorreu por volta de 1900.
Já nos últimos séculos o conceito de educação médica se desenvolveu em paralelo à evolução da medicina.
Mais especificamente, nos últimos 100 anos o ensino médico passou por três grandes modelos:
Atualmente, o ensino médico tem se preocupado em utilizar cada vez mais a sala de aula invertida, em que o aluno estuda o material ou busca a informação em casa, recebendo o material previamente, inclusive os slides da aula. E, na escola, aproveita o tempo discutindo com o professor as experiências e as dúvidas. Ou seja, cada dia mais o modelo de ensino híbrido tem sido difundido e adotado nas universidades de medicina.
Mas afinal, o ensino híbrido veio pra ficar?
A geração Z, à qual pertencem os alunos que estão dentro das universidades atualmente, já nasceu na era da tecnologia. Tecnologia essa, que deve ser considerada um meio para um caminho de troca entre aluno e professor no processo de aprendizado. A flexibilização do currículo e dos horários para o aluno poder estudar em casa ou na faculdade é um grande desafio, mas se mostra necessário para a modernização e adaptação dos cursos de medicina a nova realidade.
A suspensão das aulas no mundo com o início da pandemia, foi o empurrão necessário para que os meios de ensino se modernizassem. Aqui na América do sul não foi diferente. Universidades na Argentina e Brasil, por exemplo, tiveram as aulas presencias suspensas em meados do mês de março, quando os primeiros casos de infectados pelo Covid -19 nesses países surgiram..Já a retomada gradual da abertura das escolas e universidades não ocorreu de forma unânime no continente sul-americano. No começo de 2021, a Argentina, por exemplo iniciou um plano de retorno gradual às aulas, que tinha previsão para ser concluído em 8 de março, enquanto aqui no Brasil ainda estamos vivendo essa retomada gradual.
Cada país e seguimento de ensino adotaram medidas e datas específicas, mas todos perceberam a necessidade de se investir em tecnologias da educação e da comunicação, principalmente no ensino híbrido, enxergando as vantagens desse sistema especialmente nas universidades, onde os alunos possuem maior autonomia de estudo.
Então a resposta é: sim, o ensino híbrido veio para ficar e ganhou lugar cativo, inclusive nos cursos de medicina, ao redor do mundo e aqui na América do sul.
Podemos criar expectativas de um sistema de ensino mais dinâmico, livre, sendo possível estudar remotamente uma parte do curso.
Mesmo com os avanços tecnológicos acontecendo de forma generalizada nas diversas universidades, ainda existem muitos pontos a se considerar na hora de escolher onde cursar, principalmente quando se fala do curso de medicina, sendo indispensável procurar instituições de referência e excelência do ensino.
E você sabia que a rede de ensino superior argentino é composta por mais de 100 instituições públicas e privadas. Em comum elas têm o propósito de prezar pela qualidade da formação que é oferecida aos estudantes. Por isso que mais de 10 Universidades argentinas estão entre as melhores do mundo no QS World University Rankings de 2020, inclusive as faculdades de Medicina.
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