Berço da civilização ocidental, a Europa tem arquiteturas impressionantes, tradições seculares e cozinhas de encher a boca. Além disso, o continente é carregado de história e conhecimento. Se você sonha em estudar Medicina no exterior, já deve saber que a Europa concentra boa parte das melhores escolas médicas do mundo.
Falar em universidades europeias é falar em tradição: algumas delas estão em atividades desde o século XI. Além de bons professores e infraestrutura, as universidades europeias são especialmente atraentes pelo desempenho em pesquisa.
A Europa abriga alguns dos países com mais alto nível educacional do globo. São lugares em que a educação, pesquisa e desenvolvimento humano vem em primeiro lugar. Não por acaso, são também países com excelente qualidade de vida. Ou seja, estudar nesses lugares permite uma experiência completa de primeiro mundo.
No entanto, é preciso estar atento a algumas particularidades do ensino superior na Europa. Em muitas universidades, o curso de Medicina exige uma graduação anterior, semelhante ao sistema norte-americano. Além disso, é muito comum que taxas sejam cobradas mesmo em instituições públicas, principalmente de estrangeiros. Nas universidades listadas abaixo, pela conversão de maio de 2021, os custos anuais do curso de Medicina giram entre R$ 100 mil e R$ 300 mil. Por isso, é preciso considerar que você pode gastar mais tempo e dinheiro se escolher estudar na Europa.
Agora que você sabe, em linhas bem gerais, quais são as principais vantagens e desvantagens de se estudar na Europa, vamos à lista das melhores universidades de Medicina daquele continente. Nossa seleção tem por base a edição 2021 do QS World University Rankings, que é uma das classificações internacionais mais respeitadas do mundo. Você verá que a maior parte delas está concentrada no Reino Unidos, mas há também representantes da Suécia, Alemanha e Holanda.
A primeira do ranking é a universidade mais antiga em língua inglesa e a segunda mais antiga do mundo. Tão antiga que não se sabe ao certo o ano da sua fundação. Há evidências de que as primeiras aulas da Universidade de Oxford datam de 1096, mas ela só se consolidou a partir de 1167, quando o Rei Henrique II da Inglaterra proibiu os estudantes de irem a Paris para estudar.
A Universidade de Oxford foi palco de diversos acontecimentos históricos. No século XIV, um de seus professores fez campanha por uma bíblia em inglês, em direta oposição ao papado. No século XVI, membros do clero anglicano considerados hereges foram queimados numa fogueira no campus. Em 1860, em um dos debates mais famosos da ciência, o acadêmico Thomas Huxley enfrentou o Bispo Wilberforce para defender a Teoria da Evolução.
Mas nem só de passado vive esta milenar instituição. A universidade esteve à frente do desenvolvimento de uma das primeiras vacinas contra a covid-19, reafirmando seu importante papel na história da ciência com mais uma grande contribuição para o avanço da Medicina.
Entre seus ex-alunos, Oxford conta com 69 vencedores do prêmio Nobel, 28 primeiros-ministros britânicos e vários chefes de Estado estrangeiros, como Bill Clinton. Por suas salas de aula também já passaram pensadores e cientistas notáveis, como Tim Berners-Lee, Stephen Hawking e Richard Dawkins.
O processo de admissão de Oxford envolve diversas etapas: carta de motivação, cartas de recomendação, testes padronizados e entrevistas. Além disso, é preciso fornecer uma série de documentos, como certificado do Ensino Médio, histórico escolar e certificado de proficiência em inglês.
Apesar de ser uma instituição pública, é preciso pagar para estudar em Oxford. A boa notícia é que a universidade tem programas de bolsas de estudo integrais. A má notícia é que alunos de Medicina não costumam ser contemplados.
Fundada em 1209, a Universidade de Cambridge é a segunda mais antiga do mundo em língua inglesa. Sua fundação se deu a partir de um conflito em Oxford: alguns acadêmicos se desentenderam com nativos e três pessoas acabaram sendo enforcadas. O episódio levou alguns estudantes a deixarem Oxford e criarem uma nova instituição de ensino em Cambridge.
Com sua reputação de excelência acadêmica e valores tradicionais, a Universidade de Cambridge frequentemente se classifica entre as melhores universidades do mundo em ensino, pesquisa e visão internacional. Dali saíram 15 primeiros-ministros britânicos e 118 ganhadores do Nobel, além de cientistas responsáveis por grandes revoluções na ciência: Isaac Newton, Charles Darwin, Francis Bacon, Alan Turing e Ian Wilmut.
Ser admitido em Cambridge não é para qualquer um: o índice de aceitação não passa de 20%. Para se candidatar, é necessário comprovar a conclusão do Ensino Médio com boas notas e a proficiência em inglês. À semelhança de Oxford, também são exigidas cartas de recomendação e carta de motivação, além de testes como o Scholastic Aptitude Test (SAT), ou o BioMedical Admissions Test (BMAT) no caso dos candidatos ao curso de Medicina.
A Universidade de Cambridge oferece uma série de bolsas de estudo — embora a maioria delas seja voltada para alunos de pós-graduação. Na graduação, há algumas opções de apoio financeiro para estudantes que não consigam arcar com os custos dos estudos.
Com sede na capital Estocolmo, o Instituto Karolinska é uma universidade completamente dedicada às ciências médicas e da saúde, com reputação de pesquisa e inovação de alta qualidade.
Criado em 1810 como centro de treinamento para cirurgiões do exército, o Karolinska é uma instituição pública cujo nome faz referência aos karoliner, soldados do rei sueco Carlos XIII. Em 1861, graças ao crescente reconhecimento, o instituto recebeu o status de universidade. Desde 1901, o Karolinska é responsável pela indicação dos laureados com o Nobel de Medicina.
Berço de mais de 40 companhias farmacêuticas, o Karolinska incentiva seus alunos a desenvolverem e comercializarem suas ideias. Por isso, o instituto dá aulas de empreendedorismo, desenvolvimento de inovações, fundamentos de start-ups e acordos de patentes, além de oferecer um centro estruturado de apoio a empresas.
Entre os famosos que já passaram pelo Karolinska estão Erik Jorpes, que desenvolveu um método de produção de insulina pura, e Åke Senning, que colocou o primeiro marca-passo em um ser humano. O Instituto Karolinska oferece onze programas, todos ministrados em inglês e com foco internacional.
Fundada em 1826, a University College London, mais conhecida pela sigla UCL, surgiu como uma alternativa às universidades de Oxford e Cambridge, que tinham forte ligação com a igreja e aceitavam apenas filhos de anglicanos ricos. Assim, a UCL foi a primeira universidade britânica a não exigir vínculo religioso para a admissão de alunos. A UCL foi também a primeira universidade na Inglaterra a receber mulheres e estudantes de qualquer origem social.
A UCL coleciona 33 laureados com o Nobel entre pesquisadores, professores e alunos. Além disso, seus alunos descobriram cinco dos gases nobres naturais, identificaram hormônios, inventaram o tubo de vácuo e fizeram vários avanços fundamentais nas estatísticas modernas. A UCL também se orgulha de ter como ex-alunos o líder da independência indiana Mahatma Gandhi e o inventor do telefone, Alexander Graham Bell.
Historicamente, apenas cerca de 20% dos candidatos costumam ser aceitos. Os requisitos variam de acordo com o curso, mas estudantes brasileiros precisam ter concluído o Ensino Médio com boas notas para ingressar no “Foundation Year”, uma espécie de curso preparatório que alunos estrangeiros precisam fazer antes de iniciar os estudos. Alternativamente, o estudante pode demonstrar ter concluído os dois primeiros anos do ensino superior em outra universidade. A UCL exige ainda que o candidato envie seu histórico acadêmico, diploma do ensino médio, carta de motivação, cartas de recomendação e proficiência em inglês.
Fundada em 1907, o Imperial College London é uma das instituições mais jovens da nossa lista, apesar de já ser centenária. Ela não nasceu como uma instituição única, foi sendo formada a partir da fusão de várias escolas e faculdades que já existiam na Inglaterra. Acabou tornando-se parte da Universidade de Londres e só em 2007 passou a ser uma entidade independente.
Com foco nas áreas de Medicina, Engenharia, Ciências e Negócios, o Imperial College se consolidou como polo de desenvolvimento tecnológico e é responsável por várias inovações que hoje fazem parte do nosso dia a dia. Junto a Cambridge e Oxford, o Imperial College London forma o chamado “triângulo dourado” das universidades britânicas.
Atualmente, são do Imperial College algumas das previsões mais bem embasadas sobre as taxas de disseminação e mortalidade da pandemia de covid-19. É com base em seus estudos que muitos governos e órgãos estão tomando decisões sobre políticas de saúde pública em todo o mundo.
O Imperial College London computa 14 laureados com o prêmio Nobel ao longo de sua história. Entre eles, está Alexander Fleming, que descobriu a penicilina e foi um de seus professores. O fundador da revista científica Nature, Norman Lokyer, também foi professor da instituição.
Um traço forte do Imperial College diz respeito à internacionalização: seus alunos vêm de 125 países diferentes, incluindo o Brasil. Para os candidatos e alunos brasileiros, há um fórum específico criado pela instituição. Nele, estudantes podem saber mais sobre pesquisas e tirar dúvidas sobre o processo de admissão, que segue o modelo das escolas europeias, ou seja, os alunos são avaliados por uma série de fatores somados, incluindo testes padronizados, histórico acadêmico e referências. O Imperial College é considerada uma das universidades mais seletivas do Reino Unido, com uma taxa geral de aceitação de candidatos em torno de 15%.
A King’s College London foi fundada em 1828 por um grupo de importantes políticos e clérigos da capital inglesa. Sua criação se deu em resposta à controvérsia teológica em torno da fundação da UCL, três anos antes. Na época, a criação de uma universidade laica gerou grande polêmica e, por isso, surgiu a ideia de criar a King’s College para apaziguar a população conservadora.
A King’s College é hoje o maior centro de educação para profissionais de saúde da Europa. Já produziu 12 ganhadores do Prêmio Nobel e formou 16 chefes de Estado, além de dezenas de outros líderes mundiais.
A universidade também desempenhou importante papel em muitos avanços que moldaram a vida moderna, como a descoberta da estrutura do DNA e das pesquisas que levaram ao desenvolvimento do rádio, da televisão, do radar e dos telefones celulares. Além disso, seus pesquisadores deram grandes contribuições para os tratamentos contra Alzheimer, Parkinson, depressão e esquizofrenia.
O processo de admissão ao King’s College é extremamente competitivo. Dos milhares de candidatos que pleiteiam suas vagas anualmente, apenas 13% são admitidos.
Localizada na capital da Escócia, a Universidade de Edimburgo está entre as mais antigas do Reino Unido. Fundada em 1582, a universidade começou como uma faculdade de Direito. O esforço dos locais levou-a a expandir seu escopo – a segunda área de estudo implementada foi Teologia – e ganhar um alvará real do Rei James VI. Foi uma decisão incomum, já que até então a maior parte das universidades era estabelecida por bulas papais.
A Universidade de Edimburgo formou figuras históricas como o filósofo e historiador David Hume, o criador da teoria do eletromagnetismo James Clerk Maxwell e o criador do personagem Peter Pan, James Matthew Barrie. No total, 20 vencedores do Nobel já passaram por lá, assim como três primeiros-ministros britânicos e muitos membros da família real. O líder político Winston Churchill foi seu reitor.
Da cirurgia antisséptica à descoberta do dióxido de carbono, passando pelo caixa eletrônico e pela fertilização in-vitro, muitas inovações passaram, de alguma forma, pelos velhos corredores de Edimburgo. Não é à toa que ela é a quarta universidade mais popular do Reino Unido em número de inscrições. É também uma das mais seletivas: apenas 11% dos candidatos são aceitos.
Fundada em 1899, a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM) surgiu graças à doação do filantropo indiano Bomanjee Dinshaw Petit. Desde sua fundação, tornou-se uma das instituições mais bem colocadas em classificações globais.
Especializada em saúde pública e medicina tropical, a LSHTM nasceu para gerar o conhecimento necessário para tratar os administradores coloniais britânicos que trabalhavam em todo o império tropical da Grã-Bretanha. Entre as primeiras realizações da LSHTM estão as descobertas de que a filariose é transmitida por picadas de mosquito e de que havia tripanossomas no fluido cerebral de pessoas afetadas pela doença do sono. Experimentos também foram realizados por seu corpo docente comprovando que os mosquitos atuam como vetores na propagação da malária
Durante a Primeira Guerra Mundial, muitos de seus docentes foram recrutados para o exército, onde tratavam ou pesquisavam doenças tropicais com o objetivo de proteger a saúde das tropas. Desde então, a LSHTM se dedica a melhorar a saúde em todo o mundo por meio do treinamento de líderes para enfrentar os principais desafios de saúde pública e global.
Mais recentemente, uma equipe de pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres recebeu US$ 37 milhões para testar uma combinação inovadora de estratégias para prevenir o HIV em países africanos. Atualmente, os especialistas da LSHTM estão envolvidos em diferentes pesquisas relacionadas à pandemia de covid-19.
Fundada em 1386 pelo príncipe Ruprecht I e reorganizada em 1803 pelo duque Karl Friedrich, a Universidade de Heidelberg adotou o nome em homenagem aos dois a partir de 1805. Ela foi a primeira instituição de ensino superior da Alemanha, tornando-se logo um centro de teólogos e especialistas em lei.
No século XVII, a universidade sofreu uma grande decadência financeira e intelectual, da qual só se recuperaria no início do século XIX, quando se converteu em um centro de pensamento democrático e de intelectuais humanistas e teve seu modelo copiado por diversas universidades americanas. Hoje, goza de renome internacional nos campos da Medicina, Matemática e Direito. Seu curso de Medicina é ministrado desde 1388.
Com foco voltado à pesquisa, a Universidade de Heidelberg viu passar por suas instalações 55 ganhadores do Prêmio Nobel. Entre os ex-alunos há 11 chefes de estado alemães e estrangeiros, além de celebridades intelectuais como Max Weber, Robert Bunsen e Friedrich Hegel.
Localizada na pequena cidade de Heidelberg, no estado de Baden-Württemberg, a universidade é conhecida pela interdisciplinaridade e cooperação na pesquisa. A instituição participa de uma rede mundial de colaborações de ensino e pesquisa com mais de 450 universidades em todo o mundo. Entre seus estudantes, 10% são estrangeiros de 130 países diferentes.
A Universidade de Amsterdam é a maior instituição de ensino superior da Holanda em número de alunos e a terceira mais antiga do país. Suas raízes remontam ao ano de 1632, quando foi criada sob o nome de Ateneu Ilustre. Só foi reconhecida como uma instituição de ensino superior em 1815 e só em 1877 adotou o nome atual.
Localizada no coração de uma das mais vibrantes capitais europeias, a Universidade de Amsterdam atualmente atrai estudantes de mais de 100 países. Isso porque ela é uma das universidades da Europa com mais cursos de graduação ministrados em inglês, embora este não seja o idioma oficial do país. Cerca de 20% de seus alunos são estrangeiros.
Estudar Medicina na Europa é certamente um grande diferencial para o currículo, principalmente para quem planeja dedicar-se à pesquisa. É também uma meta que precisa ser traçada desde muito cedo, já que o modelo adotado pelas universidades europeias considera todo o histórico escolar dos candidatos. Com taxas tão reduzidas de admissão, entre 10% e 20%, só os currículos excepcionais conseguem garantir uma vaga, ainda mais em se tratando de estrangeiros.
Se esse não for o seu caso – não se preocupe, não é o caso da grande maioria –, há outras alternativas para realizar o sonho da Medicina. Outros países oferecem a possibilidade de uma excelente formação em escolas médicas até melhores para quem pretende exercer a Medicina na prática.
A Argentina é um desses países. Com ensino superior de qualidade reconhecida mundialmente, universidades gratuitas e processo de admissão totalmente acessível para estrangeiros, o país vizinho tem sido a opção de grande parte dos brasileiros que decidem estudar Medicina fora do Brasil.
Se essa for também a sua opção, nós podemos te ajudar com todo o processo de escolha da universidade, inscrição, matrícula e imigração. Fale com a gente!