Você sonha estudar Medicina na Argentina, mas convive com o medo de “não dar certo”, a insegurança em relação ao idioma, o receio quanto à revalidação do diploma no Brasil? Estudar no exterior pode parecer complicado num primeiro momento, mas depois do primeiro passo, não há arrependimento. E quem diz isso são pessoas que já percorreram esse caminho e hoje colhem os frutos de ter enfrentado todos os obstáculos para realizar o sonho da Medicina.
“Um dia, eu cheguei à conclusão de que vestibular não era para mim, eu não conseguia passar. Então, comecei a trabalhar com informática: era um bom curso, uma área muito promissora e que eu gostava”, conta o agora pediatra André Klein.
Um dia, ao ouvir no rádio uma entrevista com brasileiros que estudavam Medicina na Rússia, ele não pensou duas vezes.
“Na época, 1998, o real tinha o mesmo valor do dólar e os custos da universidade eram de US$ 120, já incluindo moradia. Meus pais concordaram em bancar. Três ou quatro meses depois, eu estava desembarcando na Rússia, sem falar uma palavra em russo”, lembra.
Depois de quatro anos, houve uma forte alta do dólar e pela segunda vez o sonho de ser médico foi adiado. “Com o dólar custando perto de R$ 4, meus pais não podiam me manter lá. Solicitei os papéis com o currículo que eu já tinha cursado e voltei para o Brasil”, conta Klein.
Pesquisando sobre as faculdades de Medicina nos países vizinhos, ele descobriu que a Argentina era a melhor opção e apresentou seu currículo russo à Fundação Barceló. Quatro meses depois de partir da Rússia, Klein passou a frequentar as aulas em Buenos Aires. “Assim como aconteceu na Rússia, eu cheguei à Argentina sem saber falar espanhol. Foi complicado, mas foi mais um aprendizado”, ressalta.
Depois de se formar, Klein retornou ao Brasil e o sonho de ser médico teve de esperar pela terceira vez, em razão dos obstáculos na revalidação do diploma. “O processo era feito para não deixar ninguém entrar.
Hoje, o revalida é considerado difícil, mas antes era impossível”, lembra. Depois de três anos estudando e fazendo as provas de revalidação sem sucesso, surgiu a possibilidade de convalidação de matérias. “Eu convalidei as matérias através de uma universidade privada e consegui a validação pela Universidade Federal do Ceará. Todo esse período sem poder atuar, mesmo estando formado, foi uma batalha”, conta.
Hoje, Klein é médico concursado do Município de Ponta Grossa, tem seu consultório particular, é responsável técnico em um sindicato e faz plantões na emergência de um hospital. “Tanto na Rússia quanto na Argentina, eu vivi experiências que ninguém me tira, aprendi a me virar em outro país, com outra língua, outra gente. Eu faria tudo de novo”, garante.
Além disso, Klein se orgulha de ter tido uma formação de qualidade. “Aqui no Brasil, as faculdades de Medicina só exigem um TCC ao final do curso, um trabalho que alguém corrige duzentas vezes e depois você vai lá apresentar. Na Argentina, nós tivemos uma prova de final de carreira com reitor e três ou quatro professores questionando da unha do pé até o fio de cabelo”, conta.
A qualidade da formação que recebeu na Argentina também é motivo de orgulho para o oncologista pediátrico Cassiano Goulart.
“A formação em Medicina na Argentina tem um foco muito científico. Nós estudávamos conteúdos muito específicos, doenças raras, coisas que achávamos que nunca precisaríamos, e hoje é muito útil no nosso dia-a-dia.
As aulas lá são todas com doutores, todos muitos especialistas em suas áreas. Por isso, as provas são muito difíceis, eles exigem muito conhecimento. Esse é o motivo pelo qual os profissionais formados na Argentina são muito bem vistos aqui no Brasil”, explica.
As faculdades de Medicina na Argentina adotam uma metodologia de avaliação contínua, o que exige de seus alunos dedicação permanente. A cada bimestre, os alunos passam por avaliações escritas e orais, com uma banca.
Além disso, pela metodologia adotada – Problem Based Learning (PBL) -, os alunos passam por exames diários em sala de aula. O professor indica o conteúdo que deve ser estudado e o aluno busca esse conhecimento de forma autônoma. Depois, em sala de aula, o professor sana as dúvidas e testa se o aluno aprendeu.
Apesar de toda a qualidade da formação oferecida na Argentina aos futuros médicos, não foi isso que levou Goulart à decisão de estudar fora. “Foi a ansiedade, eu tinha pressa muita de ingressar logo numa universidade”, conta.
Segundo ele, na época – final da década de 1990 – o tempo médio de estudos para conseguir entrar numa universidade pública era de três anos. Também não havia muitas universidades particulares no interior do Rio Grande do Sul, de onde ele é natural.
“Por isso, naquela época, as vagas de Medicina eram mais concorridas, tanto nas instituições públicas quanto nas privadas”, lembra.
Em um dos vestibulares que fez, Goulart conheceu um candidato que contou que estava se organizando para ir estudar Medicina em Buenos Aires. “Eu estava na minha segunda tentativa e aquela pressa de entrar logo. Então, comecei a considerar essa possibilidade de estudar na Argentina”.
A primeira dificuldade, segundo ele, já surgiu na busca por orientações. “Não havia muita informação sobre como ir estudar na Argentina”, conta. Já o idioma não foi um problema. “Eu não falava espanhol, mas fiz um curso de 30 dias e foi o suficiente. Foi possível acompanhar as aulas com tranquilidade desde o início”, garante.
Formar-se médico não é algo trivial nem no Brasil, nem lá fora. Se aqui, a concorrência e as mensalidades caríssimas são os obstáculos, lá fora é preciso lidar com um idioma novo, uma cultura diferente e metodologias bastante exigentes. E, na volta, ainda tem o obstáculo final: a revalidação.
Mas quando se fala em estudar Medicina, falamos de sonhos e a realização de um sonho sempre vai valer a pena. Conte com a Vive en Buenos Aires para te ajudar na realização do seu.
Faremos o possível para tornar os obstáculos mais transponíveis para você.