O uso de determinado nível do idioma para estrangeiros que não falam espanhol como língua materna é um requisito essencial para iniciar qualquer carreira de graduação na Argentina, inclusive está presente entre as exigências estabelecidas para ingressar em medicina na maioria das faculdades do país.
Ressalta-se que grande parte dos alunos que fazem o exame de espanhol vem do Brasil e, neste grupo, a maioria pretende cursar ciências médicas. Segundo relatório do Ministério da Educação de La Nación, mais de 6.700 brasileiros estudavam medicina em uma universidade – pública ou privada – na Argentina em 2016. Embora os números não tenham sido atualizados nos últimos anos, tudo indica que eles estão crescendo.
Muitos não sabem, mas é necessário apresentar o diploma de espanhol como documento obrigatório para ingresso na maioria das universidades da Argentina como a Universidade de Buenos Aires (UBA), a Universidade Nacional de Rosário (UNR), a Universidade Nacional de La Plata (UNLP), entre outras.
Mas é preciso considerar que cada universidade argentina tem seu próprio critério para determinar o desempenho de espanhol necessário aos candidatos ao curso de medicina. Vale destacar que o ideal é escolher primeiro a instituição de interesse para ver o grau de exigência em relação ao idioma a certificação exigida.
O nível que os aspirantes à graduação em medicina na Argentina devem demonstrar é tecnicamente conhecido como B2, do Common European Reference Framework (MRCE). Ou seja, um bom nível intermediário de espanhol em que o aluno estrangeiro possa transpor barreiras da língua e atuar com certa fluência e naturalidade nas áreas sociais e de estudo.
Poucas universidades ainda não consideram este requisito como caráter eliminatório, como a Fundação Hector Barceló e a Universidade Aberta Interamericana (UAI), que inclusive concentram um grande número de estudantes brasileiros de medicina. Mas isso não quer dizer que estas instituições não exijam conhecimento do idioma aos alunos estrangeiros. A Barceló exige que o estudante faça o curso de espanhol online obrigatório, visando uma melhor adaptação na aprendizagem e acompanhamento das aulas, enquanto a UAI inclui o espanhol como disciplina no seu curso de ingresso, cuja prova consta redação, o que implica em ter um bom conhecimento do idioma para escrevê-la.
Se você está interessado em saber quais são estes exames, continue lendo este artigo que certamente vai ajudá-lo no ingresso nas universidades de medicina argentinas.
Os estudantes que escolhem fazer medicina na Argentina podem obter o diploma de certificação de língua espanhola através destes principais sistemas: DELE (Diplomas de Español como Lengua Extranjera); SIELE (Servicio Internacional de Evaluación de la Lengua Española); CELU (Certificado de Español: Lengua y Uso); e CEI (Certificado de Espanhol Intermediário), aplicado pela própria Universidade de Buenos Aires. Conheça um pouco mais sobre cada um:
Desde 2016, o exame SIELE vem se tornando referência em proficiência do idioma espanhol, principalmente entre os brasileiros que escolhem a Argentina como destino universitário. Promovido pelo Instituto Cervantes, pela Universidade Nacional Autônoma de México (UNAM), a Universidade de Salamanca (Espanha) e a Universidade de Buenos Aires (UBA), esta certificação tem como referência os níveis estabelecidos pelo Marco Comum Europeu de Referência para as Línguas (MCER), recomendados pelo Conselho Europeu.
O SIELE atesta o grau de competência do idioma espanhol através de quatro competências da língua: leitura, expressão escrita, compreensão oral e auditiva. O candidato pode optar por uma ou mais avaliações, de acordo com a necessidade do diploma. Uma das vantagens do SIELE é que as provas podem ser feitas online. Para prestar o exame SIELE basta agendar diretamente no site ou local conveniado, de acordo com o cronograma anual de provas. A certificação de espanhol SIELE é válida por cinco anos.
O CELU, um diploma de proficiência em espanhol reconhecido internacionalmente, é uma opção para quem quer aprender o idioma na Argentina. O exame leva em consideração o uso geral da língua de forma mais dinâmica, com propósitos semelhantes aos que existem na vida cotidiana como por exemplo: ler e discutir uma matéria, escrever uma carta em resposta a outra, escutar uma reportagem e escrever um relatório, visualizar uma publicidade e comentá-la, etc.
Embora não ofereça credenciais como professor de espanhol, ou como segunda língua e língua estrangeira, muitos brasileiros buscam o CELU como certificação internacional, pois desde 2018 o exame vem ganhando mais prestígio devido à parceria com as principais universidades da América Latina, inclusive as argentinas. É possível fazer o exame nos centros de aplicação localizados na Argentina, em diversas datas, ou em postos aplicadores no Brasil e em outros países, duas vezes por ano (junho e novembro).
O exame CEI para certificação de língua espanhola é elaborado e desenvolvido pela Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires (UBA). Consiste em uma parte escrita com tarefas fechadas de leitura para esclarecimento de dúvidas – do tipo múltipla escolha – e atividades de produção escrita que devem ser passadas para a instância oral, que consiste em entrevista com professores e apresentação sobre um determinado tema. Estes testes avaliam a capacidade de falar, entender e escrever na universidade. A intenção dos docentes da UBA é fazer com que os candidatos percebam a realidade do que eles enfrentarão como universitários na instituição.