Formado pela união política de quatro nações – Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte –, o Reino Unido é uma fonte inesgotável de história, tradições e cultura. Além de tudo isso, quem decide estudar na região desfruta de um sistema de ensino de excelência e reconhecimento mundial, o que atrai milhares de estudantes do mundo todo.
Algumas das melhores universidades do mundo estão no Reino Unido: quatro das dez instituições mais bem avaliadas pelo QS World University Rankings estão na Inglaterra. Quando se trata especificamente do curso de Medicina, as universidades britânicas se sobressaem ainda mais. As universidades de Oxford e Cambridge, por exemplo, que são os maiores ícones acadêmicos na Inglaterra, ocupam as posições cinco e sete no ranking geral, mas sobem, respectivamente, para segunda e quarta posições na lista de melhores cursos de Medicina do mundo.
Como se não bastasse, também é britânica a melhor cidade do mundo para se estudar. De acordo com o QS Best Student Cities, Londres é o melhor destino do mundo para quem vai estudar no exterior. O ranking lista as melhores cidades com base em uma série de indicadores, como diversidade, conveniência, empregabilidade, acessibilidade, visão do aluno e desempenho das universidades.
Mas nem só de Londres é feito o Reino Unido. Há outras cidades muito bem classificadas no ranking, como a capital escocesa Edimburgo e as cidades de Manchester, Glasgow, Coventry, Nottingham e Birmingham, que aparecem entre os 50 melhores destinos para estudantes em todo o mundo.
Antes de mais nada, você precisa saber que no Reino Unido não existe vestibular como no Brasil. O processo de admissão para cursos de graduação costuma envolver basicamente a inscrições e o envio de documentos dentro de um cronograma de datas que deve ser seguido à risca.
As inscrições são feitas pelo serviço oficial de inscrições UCAS (Universities and Colleges Admissions Service). Trata-se de uma plataforma on-line que centraliza as inscrições para todas as universidades do Reino Unido. Lá é possível verificar as datas e prazos de todo o procedimento, que são diferentes para cada curso. Para o curso de Medicina com início no primeiro turno do ano letivo, as inscrições normalmente são feitas até outubro.
Diferente do Brasil, no Reino Unido a divisão do ano letivo se dá por trimestres. O primeiro trimestre tem início em setembro e vai até dezembro, quando os alunos param para o Christmas break. O segundo trimestre compreende o período entre janeiro e março e o terceiro vai de abril a junho , quando se encerra o ano letivo. Entre julho e agosto, ocorrem as chamadas férias de verão, ou summer break.
Outra particularidade do ensino superior no Reino Unido é que as universidades públicas têm liberdade para cobrar anuidades dos estudantes, dentro de um teto definido pelo governo. Ou seja, mesmo nas instituições públicas, o aluno deve arcar com taxas anuais. Alunos locais atualmente pagam um valor tabelado de £9.250 por ano para estudar Medicina, o equivalente a cerca de R$ 68 mil. Já para estrangeiros, o valor varia de acordo com a universidade e é bem mais salgado. Vamos detalhar isso logo mais.
Na Inglaterra, em geral, as universidades consideram estrangeiros estudantes residentes em qualquer país que não do Reino Unido. Já na Irlanda do Norte e no País de Gales, são considerados estrangeiros aqueles que vêm de fora da União Europeia. Ou seja, se você tiver cidadania portuguesa, italiana, espanhola ou outra que seja europeia, pagará os mesmos valores de estudantes locais. As universidades escocesas não cobram taxas de graduação para estudantes do Reino Unido.
O curso de Medicina nas universidades britânicas, em geral, tem duração de cinco anos. Mas como é quase certa a necessidade de fazer o Foundation Year, sua formação deve durar ao todo seis anos. O Foundation Year é um programa acadêmico de preparação para a universidade, destinado a estudantes estrangeiros. Agora você vai entender por que ele existe.
As universidades do Reino Unidos são bastante exigentes em relação à formação básica de seus candidatos. O ensino médio britânico tem inúmeras diferenças em relação ao brasileiro e a principal delas é o currículo acadêmico, que lá tem um período adicional de preparação para a universidade, conhecido como sixth form. Ou seja, o ensino médio britânico tem quatro anos de duração, um ano a mais do que no Brasil.
Os diplomas mais aceitos pelas universidades do Reino Unido são A-level (nível A) e International Baccalaureate Programme (Programa Internacional de Bacharelado), que têm um padrão internacional e contemplam quatro anos de formação. O certificado de conclusão do Ensino Médio brasileiro é considerado abaixo do nível desses diplomas. Por isso, para ser admitido nas universidades britânicas, os estudantes que concluíram os estudos no Brasil precisam passar por um ano de nivelação, que é o Foundation Year.
O Foundation Year tem duração média de nove meses e possibilita que alunos estrangeiros tenham uma base mais sólida e qualificada para a admissão no ensino superior do Reino Unido. As aulas são focadas na área de interesse que o estudante pretende seguir na universidade. Por isso, na maioria das vezes, o Foundation Year é feito na mesma universidade, integrado ao curso escolhido. Você encontrará em muitas universidades a opção Medicine with Foundation Year.
A aceitação na instituição de ensino superior britânica está condicionada à performance do estudante durante o Foundation. Ao completar o programa, a progressão é garantida desde que ele tenha concluído o programa com sucesso e obtido as notas exigidas pela universidade selecionada.
Além de uma formação prévia sólida, é preciso fornecer uma série de documentos exigidos pela universidade como requisitos de admissão. O primeiro deles, no caso de estudantes estrangeiros é o comprovante de proficiência em inglês. Você vai estudar com pessoas que são nativos na língua inglesa, por isso o nível exigido é de avançado para cima. Ou seja, ser certificado no nível C1 ou C2, de preferência no exame IELTs, que é aceito na maioria das instituições.
Vale se preparar com dedicação para alcançar uma boa nota no exame, pois isso amplia a oportunidades de entrar nas melhores universidades. Além disso, um detalhe importante a ser lembrado é que o inglês falado no Reino Unido é o inglês britânico. A maioria dos aprendizes de inglês costumam ter contato com o sotaque americano, que é bem diferente.
Além do teste de proficiência, as instituições britânicas cobram um teste de admissão para o curso de Medicina. Os mais exigidos são o BMAT (BioMedical Admissions Test) e o UKCAT (UK Clinical Aptitude Test). Verifique com antecedência qual é o exigido pela universidade escolhida, já que esses exames são realizados apenas algumas vezes ao ano.
Você ainda vai precisar fornecer seu histórico escolar e certificado de conclusão com tradução juramentada. Além disso, será necessário apresentar cartas de recomendações de seus professores e uma carta pessoal de intenções explicando seus motivos para a candidatura ao curso escolhido.
Essa carta, chamada supporting statement, é extremamente importante – há quem diga ser o requisito mais importante na admissão – e deve conter detalhes como: quem é você, por que quer estudar no Reino Unido, porque escolheu aquele curso e aquela instituição, quais são suas experiências acadêmicas, quais são seus planos para o futuro e porque você deveria ser admitido. É a hora de mencionar atividades, projetos, voluntariado relacionados à carreira escolhida. Você vai precisar vender seu peixe para garantir uma vaga.
Um detalhe que talvez te ajude a incrementar a pontuação no processo de admissão no Reino Unido é que algumas instituições aceitam incluir a nota do Enem brasileiro. São elas: Oxford, Bristol, Kingston, Birkbeck e Glasgow. Isso não vai te dispensar de atender aos outros requisitos de admissão, mas pode dar uma mãozinha.
Por fim, na maioria das universidades britânicas, os candidatos também passam por entrevistas e, é claro, quanto mais alto o nível da instituição, mais difícil a entrevista, que pode envolver questões de conhecimento geral e específicos da carreira.
O Reino Unido tem cerca de 400 faculdades e universidades. Vamos apresentar aqui as universidades britânicas que estão no TOP 10 das melhores escolas de Medicina do mundo segundo o QS World University Rankings, que é uma das classificações mais respeitadas quando se trata de ensino superior. Mas o ideal é que você busque pela universidade que atenda às suas expectativas em termos de critérios de admissão, custos, localização e ementa do curso.
A Universidade de Oxford é considerada a quinta melhor universidade do mundo e a segunda melhor de Medicina. É também uma das mais antigas, tendo registros de suas primeiras aulas no ano de 1096.
A universidade esteve à frente do desenvolvimento de uma das primeiras vacinas contra a covid-19, reafirmando seu importante papel na história da ciência com mais uma grande contribuição para o avanço da Medicina.
Entre seus ex-alunos, Oxford conta com 69 vencedores do prêmio Nobel, 28 primeiros-ministros britânicos e vários chefes de Estado estrangeiros, como Bill Clinton. Por suas salas de aula também já passaram pensadores e cientistas notáveis, como Tim Berners-Lee, Stephen Hawking e Richard Dawkins.
Com esse currículo, é fácil deduzir que Oxford é uma das universidades mais desejadas por estudantes do mundo todo. É também, por isso, uma das mais seletivas: apenas cerca de 17% dos candidatos são admitidos. Além disso, a taxa que se paga anualmente para estudar lá não é das mais acessíveis. Atualmente, alunos estrangeiros que estudam Medicina em Oxford pagam uma taxa anual de £35.380, o que equivale a R$ 262 mil na conversão de maio de 2021. A boa notícia é que a universidade tem programas de bolsas de estudo integrais. A má notícia é que alunos de Medicina não costumam ser contemplados.
Fundada em 1209, a Universidade de Cambridge também está entre as mais antigas do mundo. Sua fundação se deu a partir de um conflito em Oxford: alguns acadêmicos se desentenderam com nativos e três pessoas acabaram enforcadas. O episódio levou alguns estudantes a deixarem a cidade de Oxford e criarem uma nova instituição de ensino na cidade de Cambridge.
Formaram-se em Cambridge 15 primeiros-ministros britânicos e 118 ganhadores do Nobel, além de cientistas responsáveis por grandes revoluções na ciência: Isaac Newton, Charles Darwin, Francis Bacon, Alan Turing e Ian Wilmut.
Com essa reputação, não é de se espantar que a Universidade de Cambridge esteja permanentemente entre as melhores do mundo. No QS World University Rankings de 2021, ela foi avaliada como a sétima melhor universidade do mundo e a quarta melhor em Medicina.
Ser admitido em Cambridge também não é para qualquer um: o índice de aceitação não passa de 20%. A taxa anual paga por estudantes estrangeiros para o curso de Medicina é ainda mais elevada que em Oxford: £58 mil, ou R$ 430 mil. A Universidade de Cambridge oferece bolsas de estudo, mas a maioria delas é voltada para alunos de pós-graduação. Na graduação, há algumas opções de apoio financeiro para estudantes que não consigam arcar com os custos dos estudos.
Fundada em 1826, a University College London, mais conhecida pela sigla UCL, surgiu como alternativa às universidades de Oxford e Cambridge, que tinham forte ligação com a igreja e aceitavam apenas filhos de anglicanos ricos.
Assim, a UCL foi a primeira universidade britânica a não exigir vínculo religioso para a admissão de alunos.
A UCL foi também a primeira universidade na Inglaterra a receber mulheres e estudantes de qualquer origem social.
A UCL coleciona 33 laureados com o Nobel entre pesquisadores, professores e alunos. Além disso, seus alunos descobriram cinco dos gases nobres naturais, identificaram hormônios, inventaram o tubo de vácuo e fizeram vários avanços fundamentais nas estatísticas modernas.
A UCL também se orgulha de ter como ex-alunos o líder da independência indiana Mahatma Gandhi e o inventor do telefone, Alexander Graham Bell. Atualmente, a UCL está classificada como a décima melhor universidade do mundo e a nona melhor em Medicina, segundo o QS World University Rankings.
Historicamente, apenas cerca de 20% dos candidatos à UCL costumam ser aceitos. A anuidade cobrada para estudar Medicina lá é a menor que você vai ver neste ranking: £31.200, ou R$ 231 mil.
Fundada em 1907, o Imperial College London é a instituições mais jovens da nossa lista, apesar de também ser centenária.
Ela não nasceu como uma instituição única, foi sendo formada a partir da fusão de várias escolas e faculdades que já existiam na Inglaterra. Acabou tornando-se parte da Universidade de Londres e só em 2007 passou a ser uma entidade independente.
Com foco nas áreas de Medicina, Engenharia, Ciências e Negócios, o Imperial College se consolidou como polo de desenvolvimento tecnológico e é responsável por várias inovações que hoje fazem parte do nosso dia a dia.
Atualmente, são do Imperial College algumas das previsões mais bem embasadas sobre as taxas de disseminação e mortalidade da pandemia de covid-19. É com base em seus estudos que muitos governos e órgãos estão tomando decisões sobre políticas de saúde pública em todo o mundo.
O Imperial College London computa 14 laureados com o prêmio Nobel ao longo de sua história. Entre eles, está Alexander Fleming, que descobriu a penicilina e foi um de seus professores. O fundador da revista científica Nature, Norman Lokyer, também foi professor da instituição.
Junto a Cambridge e Oxford, o Imperial College London forma o chamado “triângulo dourado” das universidades britânicas. Isso porque o Imperial College é considerado a terceira melhor universidade do Reino Unido.
Apesar de estar acima da UCL no ranking mundial de universidades, ocupando a oitava posição, quando se trata do curso de Medicina, o Imperial College vem atrás da UCL, com o décimo melhor curso do mundo, segundo o QS World University Rankings 2021. É também a universidade mais seletivas da nossa seleção, com uma taxa geral de admissão em torno de 15%. A anuidade paga pelos estudantes estrangeiros no curso de Medicina atualmente é de £45.300, ou R$ 335 mil.
Estudar no Reino Unido é garantia de reconhecimento profissional e acadêmico. Ter no currículo um diploma britânico certamente fará diferença na sua carreira. É também um grande desafio, como você pode perceber neste artigo. Por isso, é importante não se iludir e estar certo de ter todas as condições para enfrentar essa jornada, se preparando desde muito cedo, ainda durante a vida escolar, com boas notas e experiências extracurriculares.
É importante também estar ciente de quanto vai custar a realização do sonho de estudar Medicina no Reino Unido. A libra esterlina é uma das moedas mais valorizadas do mundo e, diferente do que estamos acostumados no Brasil, o ensino superior lá não é gratuito e custa ainda mais caro para estrangeiros. Além disso, se você escolher uma universidade em Londres, vai precisar bancar um dos custos de vida mais caros do mundo.
Se você conseguir enfrentar tudo isso, esta será provavelmente a maior realização de sua vida. Mas se você não tiver todas as condições, ainda é possível construir uma grande carreira. Há dezenas de outros países mais acessíveis em todos os sentidos. Basta navegar aqui pelo blog que você vai encontrar alternativas.
Nossa sugestão é sempre a Argentina. E não é só porque este é o serviço que oferecemos. É porque, de fato, estudar Medicina na Argentina é a opção mais interessante para brasileiros. Com ensino superior de qualidade mundialmente reconhecida, faculdades gratuitas para estrangeiros, sem necessidade de vestibular, a Argentina oferece a melhor relação custo-benefício.
A Vive en Buenos Aires foi criada por quem estudou Medicina na Argentina e conhece todos os trâmites e obstáculos. Com o nosso know-how e as excelentes condições oferecidas pela Argentina, realizar o sonho de se tornar médico será muito mais vantajoso e descomplicado do que no Reino Unido. Fale com a gente!