Fazemos parte do mesmo continente, nossos idiomas têm muito em comum e a paixão pelo futebol é a mesma, mas há muitas diferenças entre Brasil e Argentina. Por isso, quem decide morar no país vizinho se vê às voltas com uma série de dúvidas sobre documentação, custos, qualidade de vida.
Neste artigo, traremos as respostas para as mais frequentes:
A resposta para essa pergunta depende muito das expectativas em torno dela e do estilo de vida que se pretende ter lá, como em qualquer outro país. Se você vai para estudar, com grana curta, ou vai trabalhar por um bom salário; se vai morar numa habitação compartilhada ou num apartamento de 200m².
No entanto, a Argentina oferece condições para que qualquer brasileiro se sinta bem morando lá. Os argentinos, em geral, não são preconceituosos com brasileiros, pelo contrário, costumam nos tratar muito bem. Além disso, o ensino no país dos hermanos é universal, gratuito e de excelência, ou seja, as chances de se formar e se preparar para ocupar bons cargos de emprego é maior por lá do que no Brasil.
O serviço de saúde pública argentino também é universal e gratuito, distribuído por todo o território nacional, de maneira semelhante ao SUS. Quem preferir, pode recorrer a consultas privadas, pagando o valor integral ou contratar um plano de saúde. A argentina tem altas taxas de expectativa de vida e de alfabetização.
O fato de o país viver sob sucessivas crises econômicas há décadas já foi uma das principais preocupações de quem considera a mudança para a Argentina. A moeda é desvalorizada, a economia é bastante dolarizada, a inflação é alta. Considerando que a economia brasileira também não vive seus melhores momentos, esse não seria um motivo muito relevante na decisão de cruzar a fronteira em busca de seus objetivos.
Um dos motivos que mais leva brasileiros a escolherem a Argentina dentre outros países latinos é a qualidade de vida. E mesmo com sucessivas crises econômicas, a Argentina ainda mantém índices de educação, saúde e distribuição de renda melhores que os do Brasil.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa que padroniza a avaliação do bem-estar de uma população. É o principal índice de medida da qualidade de vida de um país. O relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2020 mostrou que, mesmo com a crise, a Argentina segue com um dos melhores padrões de qualidade de vida da América Latina, com um IDH de 0,845, enquanto o Brasil teve um índice de 0,765.
A diferença pode não parecer tão grande, mas é suficiente para colocar os dois países bem distantes um do outro no ranking mundial de desenvolvimento humano. Enquanto a Argentina aparece como 46ª colocada, o Brasil é o 84º.
Além de fatores socioeconômicos, levados em consideração na avaliação do IDH, ainda tem a cultura, a gastronomia, as belezas naturais, o turismo e uma série de outros fatores que fazem da Argentina um lugar muito bom para se viver.
Argentina é um país que tem uma legislação bastante flexível no que se refere a imigração. Graças a um acordo do Mercosul, não é difícil brasileiros conseguirem morar na Argentina legalmente. O pedido de residência pode ser feito de duas maneiras: ainda no Brasil, através dos consulados argentinos, ou já estando na Argentina. É possível entrar no país como turista e permanecer nessa condição por até 90 dias, tempo suficiente para concluir os trâmites.
Dependendo do tipo de visto (trabalho, estudo, negócios), os documentos necessários podem mudar, mas os básicos e necessários a todo tipo de estrangeiro que quer morar na Argentina são:
Também será necessário pagar uma taxa. Assim que receber a autorização de residência, você deverá solicitar a sua DNI, ou documento de identidade argentino, junto à polícia local. Com o DNI, será possível providenciar outros documentos importantes, como o CUIL (nosso CPF), que garante a sua legalização como trabalhador.
Leve em consideração que o DNI pode levar até 3 meses para ficar pronto e durante esse tempo você deve utilizar a Precária que é um documento que atesta que o processo de residência já foi iniciado. Com ele, você pode dar entrada a outros documentos argentinos.
É verdade que, mesmo com a desvalorização do real nos últimos anos, o câmbio ainda favorece os brasileiros quando se trata da moeda argentina, já que 1 peso argentino equivale a cerca R$ 0,06 (câmbio oficial de janeiro de 2021). Mas na Argentina os custos são diferentes dos praticados no Brasil.
Moradia e alimentação, por exemplo, costumam ser mais caras por lá do que aqui. Já o transporte é bem mais barato lá. Por isso, há uma série de fatores que podem fazer o seu custo de vida mais caro ou barato no país vizinho, a começar pela cidade escolhida.
Se compararmos o custo de vida de Buenos Aires com o de algumas cidades brasileiras, a metrópole portenha se mostra mais barata. Viver em Buenos Aires custa, em média, 24% mais barato que viver em São Paulo, por exemplo. Então, dependendo de onde você vive no Brasil, a mudança para a Argentina pode representar alguma economia.
Como na maioria dos países, o custo de vida nas cidades do interior da Argentina é menor do que nas capitais. Portanto, se o seu destino é Buenos Aires, já esteja ciente que você gastará mais que em outras cidades. O custo de vida em Buenos Aires é, em média, cerca de 20% maior que em Córdoba, por exemplo, lembrando que Córdoba não está entre as cidades mais baratas da Argentina. Afinal, ela é a segunda maior do país. Se compararmos os preços em cidades argentinas menores, a diferença no custo de vida certamente será ainda maior.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos do Ministério da Economia da Argentina, em novembro de 2020, era considerado pobre no país o cidadão que vivia com menos de 16.756 pesos, o que equivale a cerca de R$1.080. Esse índice considera os gastos de uma pessoa apenas com itens básicos de alimentação e serviços básicos como transporte. Atente-se que os valores convertidos deste artigo têm como base o câmbio oficial de janeiro de 2021.
A média do custo de vida de médio padrão na Argentina para uma pessoa solteira, incluindo moradia, transporte, alimentação, lazer, é de cerca de 56.000 pesos, o que em janeiro de 2021 equivale a R$ 3,6 mil. Mas esse valor varia muito de uma cidade para outra. Em Buenos Aires, a média é de 62 mil pesos (R$ 4 mil). Em Córdoba, 45 mil pesos (R$ 2,9 mil). Ainda é preciso levar em consideração que dentro de uma mesma cidade é possível ter custos de vida variados, dependendo do estilo de vida que se adota.
O valor do aluguel na Argentina varia de acordo com uma série de fatores. Nas principais capitais e cidades universitárias, o custo é alto. Por outro lado, pode ser bem menos burocrático que no Brasil. Você pode alugar um apartamento ou kitnet (que lá são chamados monoambiente) diretamente com o proprietário, fazendo um depósito caução que é devolvido ao final do contrato.
Além disso, há duas modalidades de aluguel na Argentina: o temporário, para estrangeiros e estudantes, e o de longo prazo, com contratos de dois anos. O aluguel temporário é a melhor opção para quem vem de fora. São contratos de até seis meses, com possibilidade de renovação, e a burocracia é menor.
Para alugar um imóvel temporariamente, você só vai precisar de documentos pessoais, comprovante de matrícula ou contrato de trabalho e um comprovante de residência no Brasil. Já para o aluguel de longo prazo, será preciso apresentar um contracheque ou recibo de salário e um fiador que tenha imóvel na cidade.
Em Buenos Aires, o aluguel de um imóvel de 45 m² em área nobre não custa menos de R$ 2 mil. O mesmo tipo de imóvel pode custar R$ 1,2 mil em uma região de médio padrão da capital portenha. Já em Córdoba, com os mesmos R$ 1,2 mil é possível alugar um imóvel de R$ 85 m² num bairro de médio padrão. Um imóvel menor, de 45 m², no mesmo bairro pode ser alugado por cerca R$ 700. Com esses exemplos, quero te mostrar o quão variável podem ser os custos com moradia, dependendo da cidade, do tamanho do imóvel e do bairro escolhido.
Além de eficiente, o transporte público na Argentina é barato. Esse talvez seja o elemento com valores mais discrepantes no custo de vida entre Argentina e Brasil, já que a diferença pode ser de mais de 100%. Enquanto que na maioria das grandes cidades brasileiras o preço das passagens de ônibus e metrô atualmente é de cerca de R$4, em Buenos Aires, o valor não chega a R$2.
Os táxis são muito comuns e são considerados um transporte caro pelos argentinos, mas os preços são similares aos praticados no Brasil. Uma corrida de 8km em dia útil em Buenos Aires custa em torno R$ 28. O litro da gasolina custa em média R$4, pouco mais barato que no Brasil.
Em Buenos Aires, uma pessoa que almoça e janta fora pode gastar de 800 a 1600 pesos (R$ 50 a R$ 100) por dia apenas com essas duas refeições.
Já para quem faz as refeições em casa, vamos tomar como referência a cesta básica. Segundo informações do Instituto Nacional de Estatística e Censos do governo argentino, a lista com os 30 itens básicos custava, em novembro de 2020, cerca de 7 mil pesos, ou R$ 450, para uma pessoa.
Assim como os custos com moradia, os custos com alimentação podem variar muito de acordo com os hábitos de cada um.
Atualmente, existem três subsistemas de saúde na Argentina: o público, as obras sociais e o sistema privado. O primeiro é universal, gratuito e de qualidade, sendo utilizado pela maior parte da população. Já o sistema privado de saúde é totalmente custeado pelo usuário e os valores são variáveis.
Porém, se você prefere um sistema misto, pode optar pelas obras sociais. Parte do gasto é custeado pelo usuário e a outra pelo Estado. As pessoas que trabalham regularmente no país têm descontado do seu salário um valor destinado à essa alternativa.
O salário mínimo na Argentina encerrou o ano de 2020 com o valor de 20.587 pesos, o equivalente a cerca de R$1.280. No entanto, uma resolução do Ministério do Trabalho, Emprego e Previdência Social, publicada em outubro de 2020, prevê um aumento gradual do salário mínimo argentino até março de 2021, quando deve atingir o valor de 21.600 pesos, equivalente a R$1.340 pelo câmbio oficial de janeiro de 2021.
Se as suas pretensões em relação à Argentina envolvem trabalho, é importante estar ciente de que o mercado de trabalho por lá não está dos melhores. Assim como no Brasil, a taxa de desemprego na Argentina aumentou nos últimos anos, principalmente em 2020, por conta das restrições impostas pela pandemia.
A última taxa oficial divulgada pelo governo argentino em 2020 foi de 13%, mas esse índice não inclui milhões de trabalhadores que abandonaram completamente o mercado de trabalho formal. Segundo estudo feito pela Universidade Católica Argentina (UCA), se essas pessoas fossem incluídas, a taxa de desemprego estaria próxima de 30%.
Portanto, se você pretende ir à Argentina para trabalhar, o ideal é deixar o Brasil já com emprego garantido por lá. Para isso, você pode contar com a ajuda de sites como Computrabajo e Bumeran, que concentram oportunidades de trabalho na Argentina.
Quem procura a Argentina como destino para estudo ou trabalho pode escolher dentre várias cidades. Buenos Aires, Córdoba, Rosário, Mar del Plata e Salta estão entre as mais procuradas pelos brasileiros que atravessam a fronteira em busca de uma nova vida na Argentina. A escolha depende das prioridades e do estilo de vida de cada um.
Como em todo país, a maior parte das oportunidades concentram-se na capital. Buenos Aires, como você já sabe, tem o custo de vida mais caro da Argentina, mas também oferece um estilo de vida que não se encontra em nenhuma outra cidade argentina.
Com mais de 3 milhões de habitantes, Buenos Aires é o grande centro cultural, econômico e social do país. A cidade tem uma localização privilegiada, na região central do país e próxima da costa. É uma metrópole bonita, relativamente segura – se comparada aos níveis de violência brasileiros – e cheia de opções de lazer.
Buenos Aires respira cultura: são dezenas de teatros, cinemas e outras opções culturais a qualquer dia da semana, muitas delas gratuitas. A cidade também não deixa a desejar no quesito gastronomia e vida noturna. Mesmo quem não gosta de cidades grandes, pode se beneficiar da qualidade de vida da capital morando em pequenas cidades da região metropolitana.
A segunda maior cidade da Argentina é bonita, charmosa e quase pacata, apesar dos seus cerca de 1,5 milhão de habitantes. Isso porque ela tem um quê de interior sem perder o esplendor de cidade grande.
Localizada na região central do país, a 700 km de Buenos Aires, Córdoba é uma cidade universitária, o que faz dela uma cidade muito jovem e animada. A Universidade Nacional de Córdoba é a mais antiga do país e uma das mais importantes da América Latina.
Assim como Buenos Aires, Córdoba tem uma movimentada vida cultural, gastronômica e noturna.
Outra cidade muito procurada por brasileiros, Rosário está a 300 km de Buenos Aires, na província de Santa Fé. Com uma população de mais de 1 milhão de habitantes, é também uma cidade grande com jeitinho de interior, com nativos muito receptivos aos brasileiros.
Rosário reúne ao mesmo tempo o antigo e o novo. É uma cidade histórica, já que foi um dos lugares onde se iniciou o movimento que resultou na independência do país. É também uma cidade universitária, tem um clima jovem e vida noturna agitada. A Universidade Nacional de Rosário é um dos principais destinos de estudantes brasileiros na Argentina, em especial os de Medicina.
Localizada a 400 km de Buenos Aires, Mar del Plata é uma cidade litorânea e um importante centro comercial. Seu porto é responsável por receber a maior parte dos produtos importados que chegam à Argentina.
Principal destino turístico dos argentinos, Mar del Plata tem cerca de 600 mil habitantes, mas essa população aumenta bastante no verão, quando os portenhos deixam o calor escaldante de Buenos Aires para se refrescar nas praias. Por ser destino turístico, o custo de vida na cidade se torna um pouco mais caro na alta temporada.
Com cerca de 1,3 milhão de habitantes, Salta é a maior cidade da região norte da Argentina. Localizada a 1.460 km de Buenos Aires, é uma cidade rica em história e cultura andina. Com tradições e gastronomia herdadas da mistura dos povos originários com os colonizadores europeus, Salta é famosa por ter as melhores empanadas do país.
Com essas características, a cidade se tornou também um importante destino turístico do país. Suas belas paisagens serranas e sua pujante indústria viticultora colocaram Salta na lista de desejos de muitos brasileiros.
Se você tem vontade de ter a experiência de morar fora do Brasil, a Argentina é uma opção muito vantajosa: é perto, o idioma e a cultura tem muitas semelhanças, a população é receptiva com os brasileiros e a qualidade de vida em geral é melhor que no Brasil. Os custos vão depender do seu estilo de vida e das escolhas que fizer.
Se estudar está entre os seus motivos, vá tranquilo. A educação argentina é de excelência, universal e gratuita. Se o objetivo for trabalho, esteja ciente de que a oferta de emprego por lá não está grande. Mas, se você já tem trabalho garantido, não há muito com o que se preocupar. No que pudermos te ajudar com o knowhow da Vive en Buenos Aires, estamos à disposição!